Justificativa

      A leitura, potencializadora da descoberta do mundo e da experimentação do lugar do sujeito, de sua individualidade e alteridade, é um direito humano. A formação do gosto pela leitura, entendida como o desenvolvimento do prazer que se alia à capacidade crítica do leitor frente a diferentes práticas textuais, é papel e desafio da escola. Papel porque o desenvolvimento de habilidades para a leitura crítica frente à multimodalidade discursiva a que estamos imersos cotidianamente, em um país de tantas desigualdades sociais, se dá eminentemente na escola; desafio porque a escola ainda tem temores em lidar com a diversidade de gêneros textuais, tanto no âmbito da leitura quanto no da produção de textos.
      Os dados do último Pisa (Programa Internacional de Avaliação de Alunos - 2012), revelam que quase metade (49,2%) dos estudantes brasileiros alcançam apenas o nível 2 de leitura, limitando-se assim a efetuar o reconhecimento do tema principal ou o objetivo do autor de textos sobre temas familiares a ele, fazer uma conexão simples entre as informações em um texto e o conhecimento do cotidiano -, permanecendo portanto, "abaixo da linha de base da proficiência". Situação que como bem sinaliza o Plano Nacional do Livro e Leitura, configura “... um quadro perverso de exclusão social, indicando que cerca de três quartos da população brasileira ainda não detêm os meios de ler e interpretar o mundo a sua volta.”( PNLL, 2014).
      Circunscrevendo o município de Jaguarão, onde nos localizamos, cabe destacar que ao que se refere à leitura e à escrita, o município apresenta resultados com índices inferiores aos da média do estado nos processos de avaliação da educação básica, como o IDEB e o ENEM. Cientes dessa situação e a partir de princípios das diretrizes do Plano Nacional de Extensão Universitária, Plano Nacional do Livro e Leitura, Programa Nacional da Biblioteca Escolar e também do Projeto Pedagógico de Curso de Letras da UNIPAMPA/Jaguarão, buscamos desenvolver alternativas de ensino/aprendizagem que mobilizem a valorização tanto individual quanto institucional da leitura e por esse viés também o incremento de seu valor simbólico como potencial de interação social.

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